quinta-feira, 9 de novembro de 2017

.me ensina.

ensina-me a fazer um duo?
sei, afinados, tantos sonetos
mas vê só, quanto descuido!
não aprendi a dançar a dois.

ensina-me, na melodia do teu nome,
quanta ausência cabe em meia hora...
e quanto silêncio vive de mim,
desde que passei a conjugar no tempo presente,
todo o verbo que vinha de ti.

você deveria vir...

a previsão do tempo diz que vai continuar fazendo chuva.
o vendedor de balas ali da esquina, nunca mais vendeu caramelos.
usei as meias amarelas porque aqui ainda é muito frio.
tenho planos de ir embora no próximo ano ímpar e, talvez, nunca mais voltar...
desenho teu rosto nos vidros embaçados pelo tempo.
não se importe com teus atrasos, que eu mesma já nem me lembro.
já vai dar meia noite e eu nem sequer sei porque a gente insiste no verão.
ainda tem luz aqui dentro e tudo brilha, num jeito de existir devagar.
hoje ouvi de alguém que isso tudo que faço é bonito... 
queria que percebesses também. no tanto teu que cabe no meu caminhar.
espero que cê nunca entenda que, às vezes, a gente pode ser tarde demais.





Um comentário:

Jaya Magalhães disse...

Débora,

Li todos os quatro textos anteriores a esse. Alguns já havia lido antes, outros foram quase novidade. Digo quase porque tudo o que você escreve vive dentro de mim também. Suas palavras carregam essa coisa de reconhecimento, a cada vez que te leio. Você fala de mim e nem sabe. Aquele texto "Por enquanto" me deixou nua, porque me vi exposta em muito daquele sentimento todo.

Seus textos são, para mim, como chegar em casa. Como provar um doce que gosto muito. São as mais belas fotografias de poesia que a letra faz. E isso me alimenta de um jeito...

Eu não duvido que tudo que você faça seja bonito.