terça-feira, 26 de janeiro de 2016

.desavença.


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esperei te encontrar pelas esquinas dos meus últimos dias. não porque tivesse saudade. mas porque, de um jeito que não explico, você parece me chamar em silêncio há semanas. fazia tempo que isso não acontecia assim, repetidas vezes. porque antes era certeiro: bastava a alma ouvir seu chamado, que o coração logo me guiava pro mesmo passo seu. Bisa diria que não me adianta fugir. que é coisa de intuição, de destino, de vida conspirando a favor. de toda forma, ando desviando meus caminhos. evito companhia e convites que me tirem de casa. desconfio até de qualquer armação dos dias que tente me virar da rotina. caminho cabisbaixa, com os olhos parados e a música alta, que é pra não sair do eixo. tenho cuidado. vai que um dia desses eu me distraio e te esbarro? por agora, eu só espero te encontrar em qualquer esquina. porque enquanto espero, não me surpreendo... são as surpresas que mais me apetecem, e desestabilizam o coração...

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domingo, 17 de janeiro de 2016

.do livro de cartas.

Salvador, meu querido!

quanta alegria brotou em meu peito com a chegada de seu último bilhete! corri abrindo as janelas desse janeiro úmido, só pra entrar ar e minha felicidade sair por aí, contagiando esses dias frios. janeiros não são bons pra mim, você bem sabe. por isso me ocupo tanto: pra não me lembrar da dor. então, pelos próximos 14 dias, decidi que vou me ocupar de você; vê só que coisa mais bonita! vou encher meus dias com a alegria do teu sorriso, colorir as tardes com a leveza das tuas palavras, dormir todas as noites com a esperança do teu encontro. 

me aguarde quando for outono, hei de bater em tua porta.
para que as despedidas sejam breves, e não nos reste nenhuma mágoa.

com amor, 
Alice.


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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

.sobre a calmaria.

a felicidade não tem fórmula. 
chega sorrateira, como se dançasse um ritmo fácil, desses que a gente segue mesmo sem saber o passo. 
e é nesse ritmo que minha alma vem dançando há alguns meses. 
é lógico que elas, às vezes, tropeçam e pisam em seus próprios pés. 
ou desaceleram confusas, num “dois pra lá, três pra cá”. 
mas a alma sabe que é difícil ser felicidade o tempo inteiro. 
e se entendem, no fim, sorrindo das desavenças. 
se fazem companhia, se abençoam, se afeiçoam. 
e, juntas, fazem com que eu caminhe também...


[se minha felicidade fosse escolher uma música para dançar hoje,