terça-feira, 17 de abril de 2018

. deixa! .

deixa-me te amar sem pressa, 
sem ânsia por amanhãs, 
sem desejos mirabolantes ou esperas pelo fim.

te escrever sobre os avessos, 
te abrir minhas imperfeições, 
te olhar nos olhos ao mesmo tempo em que falas sobre incertezas e inspirações.

te roubar flores enquanto ainda for manhã. 
te roubar sorrisos enquanto ainda "somos cedo demais".

te escrever poemas. 
te ler poemas. 
te transformar inteiro em verso para n-u-n-c-a-m-a-i-s esquecer.

e dançar contigo na chuva, 
sem promessas pelo eterno, 
sem medos absurdos, 
sem cravar raízes no chão.

e rir de tudo. 
e rir pro tempo. 
e rir da gente. 
e ser feliz, 
de um jeito simples, 
de transformar domingos em entardecer.

e saber que é mesmo você, 
até que entendas todo o porquê desse encontro. 
e ter certeza, 
e te dizer que fique,
'só por hoje'

f.i.c.a.n.d.o.

entre gerúndios, jasmins e asas.
não desejar partir.
fazer do meu chão tua casa.

a.b.r.i.g.o.

pouso em descanso,
pra construir teto nas nuvens,
do nosso sempre ir e vir...








terça-feira, 10 de abril de 2018

. enquanto é outono .

algumas vezes, desenho palavras que só fazem sentido aqui, no meu coração.
que nem meu amor pelo que é teu: só parece valer alguma pena, quando conjugado, em silêncio, na primeira pessoa de dentro de mim.
eu sei que é meio hard, sombrio e antigo falar de amor nesses tempos tão cruéis. mas se não escrevo sobre ele (e você), que mais vou fazer com esse tanto que me resta?
uns poemas sem rima, umas estrofes sem qualquer emoção: é isso que vira o tempo quando tento girar os ponteiros sem ouvir teu coração.
é que sei muito pouco sobre a vida. mas sei que a sinto muito, principalmente quando tua voz me chama às 2 da manhã, pra falar sobre poesias e constelações.
quando paro ~ e me atento ~ sei que tem muito mais de amor em mim quando cê vai embora, do que quando chega. e é assim, também, que aprendo sobre permanências sem prisões, sobre pertencimento sem arriscar a chance do voo, sobre amar em liberdade, sem importância com distâncias ou abismos...

penso muito (e é quase sempre) que às vezes já é tarde demais pra esperançar nosso rastro. mas quando ouço o trilhar do tempo no tom da tua voz, volto a acreditar em potes de ouro no fim do arco-íris, a sonhar com finais felizes, a ter fé num destino que, se antes inventado, hoje nos foi dado como sinal de paz...

se a gente tiver mesmo a chance de voar, acho que nunca mais voltarei a cravar pés e desejos ao chão...