quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

. [do livro de cartas] a gente nunca esquece .

querido Salvador,

diz meu coração, que cê só anda um pouco perdido, sem saber como voltar. sem muito jeito pra crer nessas ideias dele, apenas lhe pedi: 'não se engane, coração. não acredite em tudo que sente'.

existem muitos caminhos, Salvador. estradas curtas, estradas longas, estradas com poucas ou infinitas curvas. aprendi, ainda muito pequena, que quando a gente tem pouca certeza, mas alguma fagulha no coração, a gente consegue chegar onde se deve, aprendendo a amar a trajetória inteira.

não sei o que te aconteceu... se cê cansou dessa brincadeira de longitudes, se seu tempo anda desencontrado, se cê esqueceu minhas poesias, se cê achou melhor seguir, me deixando dentro desses vazios. mas seja lá o que for, não tenha medo. a gente não deve culpar destino algum, nem dizer desses agoras, que às vezes se fazem tarde demais.

mas me escreva quando sentir saudade. as portas vão estar sempre abertas pr'ocê.

com amor,
Alice.



Um comentário:

Jaya Magalhães disse...

Esse amor desprendido é tão bonito. Um sentimento que se mantém apenas por saber que existe o outro em algum canto. Que não pede retorno algum, porque mora dentro da certeza daquilo que é. Isso é grande. É para quem conseguiu entender alguma coisa da vida dentro dessa trajetória ali mencionada.

Eu tenho tentado muito aprender a amar os meus caminhos, sem distingui-los.

Você me emociona.