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depois vem o pôr de sol; segunda coisa mais bonita pra mim nesses outonos. eles chegam pra quebrar esse azul e finalizar o dia num misto de laranja-lilás-azul-escurecendo que me dá de novo aquela crença nas coisas belas da vida, nos milagres, nas esperanças, nas doçuras.
eu sempre achei pecado que as pessoas permitam que passem todas as estações como se fossem iguais. porque elas não são. sentir suas mudanças é ter sensibilidade pra perceber a vida, que muda sempre também, dependendo da frequência em sintonia no nosso coração.
mesmo que achem por demais melancólicos os dias de outono, eles são meus preferidos. dão-me disposição pra recomeços, força pra ir adiante em meus propósitos, coragem pra encarar alma, corpo, coração. como se fosse um ciclo: os outonos me dão alegria pra viver os próximos verões, que por sua vez me dão durezas, para ter ânsia de paz pela estação das folhas secas.
que a gente, então, não se esqueça: mesmo quando o coração está em nuvens, de ter uma estação do ano preferida para sorrir e esperar que ela alcance nossos sentidos, olhos, e nos tire pés-no-chão. porque é assim que se flutua em meio a esse azul-céu.
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