terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

.do livro de cartas [já se foi o carnaval].

o que aconteceu foi o amor, Salvador. e toda vez que ele acontece, eu saio em cacos de alguma forma. eu não queria me preocupar. porque é fevereiro, tem o carnaval e eu me acabei por essas ruas tentando esquecer as respostas. a gente se fantasia pra vestir um personagem que a gente não é, mas queria ser. se fantasia porque assim esquece as tristezas em meio a tanto brilho e tanto sorriso. se fantasia porque vez enquando é bom morar dentro da alegria e das cores pra ver se o tempo passa sem tanto rancor.

eu me pintei, eu me colori, eu dancei, eu sorri... como você jamais viu. mas acontece que o tempo é tão veloz, meu querido. e logo chega a quarta-feira de cinzas e eu começarei aquela luta sem fim pra viver até chegar o próximo outono. a gente não tem culpa, eu sei. por isso acho melhor que todo esse meu eterno festejo tenha logo um fim. determinado, seguro, partindo... porque você merece morar nas coisas felizes dessa vida, Salvador. e as minhas felicidades estão distantes demais das suas pra que elas resistam sem tanto confete e serpentina.

Vinícius (de Moraes) já tinha avisado que tudo se acabaria na quarta-feira. e que felicidade é como "pluma, que o vento vai levando pelo ar". então, tome pra você todo aquele brilho que eu inventei pra colorir nosso verão. que a gente se encontra em outros carnavais, com outros sorrisos e, desejo, que com outros corações.

com um afago em sua alma.
Alice.



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