domingo, 14 de fevereiro de 2016

.ah, fevereiro!

Belo Horizonte me ensinou a amar o carnaval. do jeito dela, foi colocando brilho e confetes no meu fevereiro, transformando o coração numa compassada bateria de samba enredo. 

não. ela não me deu aqueles grandes desfiles com arquibancada e alegorias. no lugar disso, ela me deu a rua, que tanto amo desde criança, pra que eu pintasse com as cores e os sorrisos que eu quisesse. 

e eu fui lá e pintei: o rosto, os pés, os braços, o coração. me enchi da alegria de um carnaval que eu não vivi na infância, mas que pareceu sempre me pertencer, a cada esquina em que os blocos viravam, entoando milhares de vozes em qualquer canto, transformando tudo em um só. 

e essa cidade, sorrateira, me dizia baixinho: 
"não se preocupe agora com a saudade!
vai e faz do teu compasso um eterno festejar".

porque enquanto a gente se coloria, vinha também a certeza de que nada mais seria como antes, depois de fevereiro. e a gente sabia, de um jeito só nosso, que aquele era o começo de uma despedida que duraria ainda um pequeno tempo, mas que cessaria antes do próximo carnaval...

"eu queria 
que essa fantasia 
fosse eterna"



.o sol se pondo no Mirante Mangabeiras, no meu último dia de carnaval.


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