terça-feira, 4 de junho de 2013

. do livro de cartas [entre aspas] .

Sempre vão dar um jeito de partir seu coração, pequenina. Mesmo que isso fique escondido entre os sorrisos e a felicidade que eles dizem sentir. Sempre te roubarão um pouco a alma. Mesmo que não percebam o quão mal podem fazer a alguém que só aprendeu [em silêncio] a pedir perdão [e a perdoar].  Não vão se importar se sempre chove no seu carnaval [nem perguntar quanto tempo você levou pra chegar até aí, onde está agora]. Não vão tentar saber sobre quantos leões você mata por dia [nem sobre quantos ainda permanecem vivos. porque você assim permitiu]. Não te olharão nos olhos [por falta de tempo]. Não ouvirão sua voz [por excesso de lamentos]. Não saberão do teu amor [por achar, pelo rumo dos seus passos, que ele não existe mais].

 
Aí, você vem e me pergunta sobre quanto vale. Sobre o que importa. Sobre como serão as coisas amanhã, quando o sol nascer e você tiver pela frente outro dia novinho, ainda que coberto pela poeira adormecida de anteontem. E eu vou te dizer pra ouvir uma música, comprar uns discos, aquecer esse coração com um pouco de chá, iluminar e perfumar essa casa, comprar um novo agasalho porque o inverno prometeu ser mais rigoroso esse ano, alugar uns filmes, ler outros livros, ter um aquário, rir um pouco [da vida, dos tropeços, do passado, de você]. Porque eu sei que uma hora ou outra isso passa. Porque eu também não sei outra forma de preencher vazios...


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