segunda-feira, 26 de novembro de 2012

. quinto dia .

Não telefonei, nem respondi as mensagens da minha caixa postal. Por um pouco de preguiça, por um pouco de vontade de evitar aquelas pessoas que queriam saber o tempo todo se eu estava bem. Eu estava, enfim. Com o coração esmagado no fundo do peito e um vazio ocupando o enorme espaço que sobrou. Mas eu tava legal. A vida ainda tava no lugar, o sorriso se intercalava um pouco com as lágrimas, a cabeça queria estourar, o estômago mal suportando ver comida, uma garrafa novinha de conhaque na estante, um livro para começar a ler. Eu não imaginava que seria assim. Acredito que a gente nunca saiba ao certo a dimensão da dor. E eu sei que você vai me perguntar “dor por que se você me disse várias vezes que estava arrastando essa história por anos!” e eu vou te responder que “eu não sei por que dói, nem porque existe, nem porque insisto” e te pedir pra aparecer, tomar um café, conversar comigo, ficar um tempo, dar uns puxões de orelha, não sumir, me dar um abraço, ser minha amiga, enfim. Mas você sumiu e eu não sei o que te fiz, nem o que fazer agora, sem ouvir você dizendo o tempo todo que preciso aprender a dançar. Afinal de contas, “a gente nunca sabe qual o ritmo certo do amanhã”.

Eu sinto muito se te magooei, se você tá cansada ou de saco cheio da bagunça das sextas e dos sábados, mas eu só queria te dizer que amanhã ainda é terça e a gente pode tomar um suco, uma água, um sorvete, ou passar um tempo sentados na praça esperando a decoração de Natal... o que eu não queria é passar mais uma semana sem notícias e sem te contar que os planos de ir embora voltaram a fazer parte das minhas manhãs...

 

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