sexta-feira, 28 de setembro de 2012

. terceiro dia .

tinha uma tristeza meio incomum nos olhos. ao menos pra mim, que sempre a vi com copos cheios de drinks coloridos e cervejas escuras, dando gargalhadas que chamavam atenção de todo o bar. fiquei pensando se deveria perguntar o que era, mas fiquei com medo que dissesse que não era nada ou que começasse a chorar ali na minha frente e, em ambas as situações, eu não saberia bem o que fazer. a verdade é que eu sentia a falta dela completando as minhas frases e compreendendo minha falta de vontade de sair da cama aos domingos. mas deixei bem claro, escrito nítido em minhas ausências, que nos restaria a calma de sermos bons amigos, que se encontram duas sextas por mês e por ventura aos sábados. no fundo, eu queria mesmo que ela não aceitasse essa nossa nova relação. que ligasse de madrugada, batesse na minha porta com chocolates e chá, de malas prontas, pra ficar... mas ela se retirou da minha vida com a classe que sempre teve. e a delicadeza que nunca precisamos. chegamos a trocar um 'oi' distante, arrisquei ensaiar um abraço e até perguntei o que andava fazendo, se tinha algo novo pra me contar. até a amiga chata dela chegar, meu telefone tocar e a gente encerrar a noite. ela em um táxi "direto pra casa por favor". eu descendo a rua à procura de um lugar aberto, uma companhia e uma dose de amor, por favor...

Nenhum comentário: