quarta-feira, 29 de agosto de 2012

. thé à la pomme .

eu toquei pra você a canção que eu não sabia, só porque era bonita. aprendi nota por nota, porque vez enquando ela te fazia feliz. e porque em dias de aniversário, eu sempre soube que seu coração adormece mais tristinho.
eu troquei meu tango pra tocar sua bossa nova de cór. que besteira eu fiz, não é mesmo querida? eu deveria saber que o dó sustenido pouco importaria diante dos seus projetos e sua alegria. justo eu, que sempre fui mais de bemois e tons graves, arrisquei num agudo frouxo sem sequer desafinar.
e eu dancei de um lado ao outro com gosto, cheio de mim e de uma dor estranha, que chegava, às vezes a incomodar. você diria que a vida é mesmo bonita, enquanto eu lembraria aquela canção francesa e a minha vontade descontrolada de ir embora de uma vez, antes do último sol de inverno e de mais um setembro chegar.
mas eu fiquei. parecia andar em cacos e tinha, algumas vezes, o estomâgo cheio de ar. porque as borboletas nunca mais bateram asas aqui dentro. e eu, que pensava que tinha esquecido como era essa coisa de paixão, cadeiras e chá, usei da minha sinceridade e deixei você sair em linhas tortas, que é pra não ver o passado ao olhar pra trás.

a má notícia é que anda chovendo demais no meu carnaval.
a boa notícia é que eu continuo vivendo na ponta dos pés.

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