domingo, 2 de outubro de 2011

Esquecido

Não é tristeza não seu moço. É outra coisa qualquer que ainda não sei o que é, mas que vai passar, como sempre passou.
Sim... já senti isso antes, várias vezes até. Parece fome, de tão vazio. Mas não. Nem é coisa de corpo, de físico, ou muito menos de vontades. É coisa de alma sabe? Daquelas que precisa muito estudo para explicar e paciência, em doses moderadas para suportar. Eu sei que é difícil compreender, mas deixa que o silêncio também faz bem. E a solidão? É remédio meu querido... faz a gente resgatar as coisas boas da vida, as lembranças que fizeram sorrir num passado não muito distante, mas que só vai se afastando com os dias e os novos planos e a correria cotidiana e as boas (e também as más) novas que encontramos pelo caminho. Acontece que hoje nem a mistura de aspirina com novalgina curou a dor e a esquisitice de ser sabendo-se que não se é mais o que sempre foi nem muito menos o que sempre quis ser. Tá faltando poesia, eu sei. Faltando estrofe rimada, faltando verso bonito que nem canto de passarinho pela manhã.
E enquanto escrevo, meu quarto vai se enchendo daqueles bichinhos voadores que lá no interior a gente chama de ciririca, mas que aqui, dizem que são cupins voadores... 
Não é tua culpa meu bem. Nem os bichos que voam e sujam o chão com suas asas, nem o vazio que vai me deixando me esquecer. Devem existir nesse mundo, lugares em que construir alegrias vale mais do que silenciar e culpar os olhos do outro por errar...