segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Das cores no inverno...



... entretanto (ela gostava de dizer) a gente sempre acredita que as flores vão nascer além da primavera e mesmo que nem brotem, a gente cresce e aprende que todo julho em que o inverno deveria apenas gelar as cores, aparece sempre um tom meio rosado nos ipês e alguns pequenos botões nas rosas cuidadas com amor.
Porque o mais importante na vida é isso: cuidar das delicadezas e das belezas simples com amor... dedicar-lhes tempo, mesmo que a sobra dele, mas desde que seja verdadeiro, seja com o coração.
Ela não sabia, no entanto, que quando o tempo pesa demais, as pessoas grandes se esquecem de agradecer pelas oportunidades de sorrir e concentram-se apenas nos afazeres diários sem pensar que o tempo passa, que a vida passa e que tudo se esvai cuidadosamente por entre os dedos, sem a gente nem sequer notar...
E mesmo sem saber direito das coisas, querendo apenas um cantinho tranquilo para repousar tudo que de mais valioso a vida lhe dera, pediu então ajuda, que o coração já andava meio querendo desistir.
Aí, ela só ouviu o silêncio e ou lutava por tudo só, ou sentava na beira da vida, esperando o tempo passar, a dor acalmar, o pranto secar, até a esperança se cansar...

Nenhum comentário: