sábado, 19 de dezembro de 2009

Chuva de Dezembro...

Chovia.
Aí ela desceu do ônibus e resolveu que não ia correr: queria se molhar.
Não se importou com a blusa branca, o sapato vermelho de plástico escorregadio nem com a bolsa de pano e os papéis lá de dentro.
Andou... sentindo a leveza de cada gota de chuva.

- Não deixe mamãe saber que eu me molhei assim!
- Por que?
- Ela não iria entender...
- Entender? E o que há pra entender?
- Ela não entenderia que essa chuva foi ELE que pediu pro Sol me dar de presente.
- Como assim?
- Já tem uns dias que ELE levou o Sol embora e me deixou apenas alguns momentos de luz. Fiquei sem ELE e sem o Sol. Aí, com pena, o Sol me manda a chuva todos os dias. Só que essa de hoje foi diferente...
- Foi é?
- Sim! Ela veio pra lavar minha alma e clarear minhas decisões.
- Espero que fique tudo bem...
- Sim. Vai ficar. Olhe lá fora! Esta manhã tem céu azul e luz do Sol. E aqui por dentro está tudo muito calmo e sereno. E eu estou levemente feliz...

2 comentários:

João Killer disse...

Ele, decisões e por aí vai... São palavras que sempre estão presentes. De uma forma, leve, sutil e gostosa, leio momentos de descobertas de uma pessoa que sabe gostar, mas não administrar. Bom te ler.

m disse...
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